Curadoria Coletivo Casa Voa Espaço Cultural Correios, Niterói, Rio de Janeiro, RJ

Clandestina Imagem

Carolina Kasting é uma artista multimídia, que transita entre linguagens. O que pode ser equivalente a dizer que transita entre corpos: o corpo da fotografia, o corpo da performance, o corpo do poema, o corpo do objeto. Em Quando a sutileza é mais forte, esses múltiplos corpos encarnam um outro corpo (e tantos outros corpos em um): corpo de mulher, historicamente localizado no dentro, na casa. Localizado sob tecidos e invólucros, no silêncio. Corpos que cuidam, que bordam, que trançam, que aguardam. À noite, longe da vista, desfazem a trama. Para retomá-la de novo na manhã. Aqui, Carolina de algum modo se une ao mito e trabalha com esses corpos na noite, furtiva. Na instalação Impermanência ou Desmoldar, pés e mãos de cera são pendurados em uma estrutura metálica, e no chão vemos um mesmo torso replicado em cera, gesso e bronze. A instalação é ativada em uma performance, e a artista derrete os fragmentos de corpo pendentes que, pouco a pouco, desaparecem. Ao longo da performance, Carolina deixa a cera derretida dos fragmentos “desmoldados” sobre os torsos, nos deixando com o rastro, com esse corpo presente por ausência.

Clara Machado

Quando a Sutileza é mais Forte, 2021

Solo

“A exposição nos conduz pela espinha dorsal do corpo artístico desenvolvido na última década pela catarinense radicada no Rio, baseado em sua profunda pesquisa pela linguagem performática nas artes plásticas. Em uma espécie de corpografia, termo cuidadosamente desenvolvido pela pesquisadora portuguesa Ana Gabriela Macedo, reiteramos o poder da auto narrativa como estratégia de mulheres artistas no diálogo com o feminismo contemporâneo, na representação e no mapeamento do corpo como fonte de experiência e de pertencimento.

É na subversão da própria linguagem clássica da fotografia que Kasting encontrou seu instrumento de voz primordial. Com lona, certos objetos meticulosamente eleitos e o próprio ser em experimen- tação, ela cria um rito de memória. Assim, neste tempo-espaço nasce um corpo difuso, etéreo e em ação dentro da imagem. O gosto pela textura e linguagem pictórica, então, levam-na ao digital, onde trabalha no apagamento e volumetria da cena como uma tela a ser moldada e adaptada com pincel e tinta.”

Ana Carolina Ralston

Curadoria Ana Carolina Ralston Galeria Almeida Prado, São Paulo, SP

Corpo: Território Poético, 2022

Solo

Curadoria Antonio Bokel Galeria Solar Meninos de Luz, Rio de Janeiro, RJ

Tempotempoesia, 2023

Collective

Curadoria Bianca Bernardo Galeria Anita Schwartz, Rio de Janeiro, RJ

Alvorada, 2023

Collective

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